São Lourenço do Sul decretou situação de calamidade pública neste sábado (23) após o transbordamento do Arroio São Lourenço atingir ruas e residências da zona urbana. Em menos de dois dias, a precipitação acumulada na região chegou a 300 milímetros, volume quase três vezes superior à média histórica para o mês de agosto.
De acordo com levantamento preliminar da prefeitura, mais de 2 mil casas foram afetadas. A maioria das famílias buscou abrigo em residências de parentes e amigos. Ao menos 17 pessoas, no entanto, permanecem acolhidas no abrigo emergencial da Comunidade Nossa Senhora de Fátima. Outras 22 famílias também ficaram desalojadas.
As chuvas também danificaram o equipamento de medição instalado no arroio, impedindo o monitoramento preciso do nível da água durante a madrugada. De acordo com o prefeito Zelmute Marten, o bairro Lomba foi o mais afetado pela cheia. “O problema é que a água leva em média oito horas para chegar à zona urbana, o que fez com que o arroio São Lourenço transbordasse causando a inundação”, explicou.
As equipes da Defesa Civil Municipal, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e voluntários atuam desde as primeiras horas do dia para atender moradores e realizar resgates. Em alguns casos, famílias precisaram ser retiradas de casa com o auxílio de barcos. A prefeitura também solicitou apoio da Marinha do Brasil para ampliar o alcance da operação.
O decreto de calamidade pública será publicado ainda neste sábado. A medida permite acesso a recursos emergenciais e a adoção de ações rápidas para assistência humanitária e recuperação de infraestrutura.