O escritor Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), em Porto Alegre, aos 88 anos. Criador do Analista de Bagé e da Velhinha de Taubaté, entre outros personagens marcantes, enfrentava a doença de Parkinson e sequelas de um AVC (acidente vascular cerebral) sofrido em 2021. Estava internado desde 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento, na Capital, com um quadro de pneumonia.
Filho do escritor Erico Verissimo e de Mafalda Verissimo, Luis Fernando deixa a esposa, Lúcia Verissimo, com quem era casado desde 1963, três filhos — Fernanda, Mariana e Pedro — e dois netos.
Origem e formação
Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936, viveu parte da infância e adolescência nos Estados Unidos, onde se interessou por jazz e aprendeu saxofone. De volta ao Brasil, atuou no departamento de arte da antiga Editora Globo e integrou o conjunto Renato e seu Sexteto no início dos anos 1960.
Em 1967, ingressou no jornal “Zero Hora” como revisor e, em 1969, passou a assinar uma coluna diária. O primeiro texto publicado, entitulado Entrando em Campo, foi sobre o Internacional, clube de coração do cronista.
Entre 1970 e 1975, escreveu na “Folha da Manhã”, jornal irmão do “Correio do Povo”. Na sequência, consolidou carreira em “Zero Hora” e no “Jornal do Brasil”. Também contribuiu para a revista “Veja”, o jornal “O Globo” e “O Estado de S. Paulo”.
Em 2012, foi internado por complicações de uma gripe e passou 23 dias em tratamento. Mesmo após dificuldades de saúde, manteve a atividade literária e jornalística. Em 2021, sofreu um AVC, do qual permaneceu com sequelas.
Literatura e personagens
Autor de mais de 60 livros, alcançou milhões de leitores com títulos como “O Analista de Bagé” e “A Comédia da Vida Privada”. Criou personagens que se tornaram parte da cultura brasileira, como a Velhinha de Taubaté e o detetive Ed Mort. Sua escrita bem-humorada e crítica atravessou gerações.
