A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da DPRCC (Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos), deflagrou nesta sexta-feira (12) a Operação Cyber Aegis. A ação visa apurar crimes praticados por um adolescente de 16 anos contra uma criança de 12 anos em ambiente digital.
O investigado, que mora em Ribeirão Preto (SP), foi alvo de mandado de busca e apreensão.
A investigação começou após o registro de uma ocorrência relatando que a criança havia se tornado vítima de perseguição virtual, ameaças, violência psicológica e exploração sexual. O primeiro contato ocorreu por meio do aplicativo de jogos online Roblox.
Esquema de manipulação psicológica
Conforme a Polícia Civil, o adolescente utilizava diversos perfis falsos em plataformas como Roblox, TikTok, Instagram e WhatsApp. Com eles, estabelecia relações com a vítima e a convencia de que viviam um relacionamento. Após conquistar a confiança da criança, passou a exigir imagens íntimas e impor tarefas humilhantes.
Entre as exigências estavam o envio de fotos com o rosto visível, entrega de senhas de redes sociais e atos de automutilação. As ameaças envolviam exposição pública, chantagens e domínio emocional, caracterizando uma conduta predatória.
Medidas judiciais foram autorizadas
Diante da gravidade dos fatos, a Polícia Civil solicitou e obteve da Justiça:
- Mandado de busca e apreensão de dispositivos eletrônicos;
- Autorização para análise técnica imediata dos equipamentos;
- Afastamento de sigilos telemáticos e telefônicos;
- Proibição de contato com a vítima e familiares;
- Exclusão de perfis nas redes sociais usados pelo investigado.
Os agentes realizaram as diligências em Ribeirão Preto com apoio da Polícia Civil de São Paulo.
Polícia investiga se há outras vítimas
A investigação aponta que o adolescente pode ter feito outras vítimas com o mesmo modus operandi. A Polícia Civil reforça o caráter preventivo da operação e alerta sobre os riscos do uso de redes sociais por menores de idade sem supervisão.
“As famílias devem estar atentas à rotina digital de crianças e adolescentes. O acompanhamento ativo é essencial para evitar situações como esta”, destaca a DPRCC.