O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (29) que há expectativa de que o acordo comercial entre o Mercosul e a UE (União Europeia) seja finalmente assinado ainda neste ano. De acordo com ele, a assinatura deve ocorrer durante a próxima cúpula do bloco sul-americano, marcada para dezembro.
Em entrevista à rádio CBN, Alckmin destacou a ampliação da política externa brasileira em direção a novos mercados. “Estamos fazendo mais acordos comerciais. Em setembro, assinamos Mercosul-EFTA [Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça]. Até o fim do ano, devemos assinar Mercosul-UE, com 27 países. Estamos diversificando mercados”, declarou.
O vice-presidente citou ainda a queda na dependência comercial dos Estados Unidos. “Na década de 1980, 24% das exportações brasileiras iam para os EUA; hoje são 12%”, pontuou.
França protesta, mas Alckmin minimiza
Durante a entrevista, Alckmin foi questionado sobre os protestos realizados por agricultores franceses contra o acordo, que alegam riscos ao setor agropecuário europeu com a entrada de produtos sul-americanos. Ele minimizou os impactos políticos da manifestação.
“Difícil ter unanimidade. Até o Mercosul, quando foi criado, não havia unanimidade”, afirmou o vice-presidente, sugerindo que o processo de negociação é naturalmente marcado por divergências.
Acordo negociado há 25 anos
As tratativas para o acordo comercial entre os dois blocos começaram há 25 anos e enfrentaram diversos impasses desde então, envolvendo pautas ambientais, subsídios agrícolas e regras de origem. Caso seja concluído até o fim de 2025, representará a maior área de livre comércio já estabelecida entre dois blocos regionais.
“Abrir mercados e fortalecer o multilateralismo é importante para a geopolítica mundial em um momento de incerteza e dificuldade”, disse Alckmin ao reforçar a importância estratégica do acordo.