O Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 10,2 milhões de estudantes no ensino superior. O dado é do Censo da Educação Superior 2024, divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). O número representa um crescimento de 2,5% em relação a 2023, quando o país somava 9,97 milhões de matrículas.
Entre 2014 e 2024, o total de estudantes na graduação aumentou 30,5%. Só no ano passado, 5,01 milhões de alunos ingressaram no ensino superior, sendo 88,5% em instituições privadas.
Educação a distância passa de 50% das matrículas
A modalidade EaD (educação a distância) já representa 50,7% das matrículas de graduação no Brasil. O número cresceu 5,6% entre 2023 e 2024. Já os cursos presenciais apresentaram queda de 0,5%.
De acordo com o presidente do Inep, Manuel Palacios, a EaD é um fator importante de acesso ao ensino superior por estudantes que conciliam trabalho e estudo. Em 2024, essa modalidade alcançou 3.387 municípios brasileiros, alta de 97% em comparação a 2014.
Perfil dos cursos e instituições
Os cursos de bacharelado seguem predominando, com 60% das matrículas, seguidos pelos tecnológicos (20,2%) e licenciaturas (16,9%). Nos últimos dez anos, os cursos tecnológicos foram os que mais cresceram: 99,5%.
O país conta atualmente com 2.561 instituições de ensino superior, sendo 2.244 privadas e 317 públicas. As universidades públicas correspondem a 56,3% do total, com destaque para os institutos federais e CEFETs.
A rede privada concentra cerca de 80% das matrículas de graduação e responde por mais de 8 milhões de estudantes.
Pedagogia lidera em matrículas e conclusões
O curso de pedagogia lidera em número de ingressantes e concluintes. Foram 4,48 milhões de matrículas e 1,83 milhão de conclusões em 2024. Na sequência estão os cursos de administração (4,4 milhões de matrículas) e direito (3,49 milhões).
Outros cursos com grande número de alunos matriculados incluem:
- contabilidade (2,07 milhões)
- enfermagem (1,92 milhão)
- sistemas de informação (1,76 milhão)
- gestão de pessoas (1,73 milhão)
- psicologia (1,32 milhão)
- educação física (1,26 milhão)
Docentes e regime de trabalho
A rede pública ampliou o número de professores em 14,4% nos últimos dez anos, enquanto a rede privada registrou queda de 19,5%. A maior parte dos docentes da rede pública tem doutorado e trabalha em tempo integral. Já nas instituições privadas, predominam profissionais com mestrado e carga horária parcial.
A média de idade dos docentes é de 43 anos. Nas instituições públicas, há maior proporção de homens, enquanto nas privadas o quadro é majoritariamente feminino.