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Câmara aprova em dois turnos a PEC da Blindagem, que limita investigações contra parlamentares

por Agora RS
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A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quarta-feira (17), em segundo turno, o texto-base da chamada PEC da Blindagem. A proposta de emenda à Constituição determina que o STF (Supremo Tribunal Federal) só poderá abrir processo criminal contra deputados e senadores com autorização prévia da Câmara ou do Senado.

O placar foi de 344 votos favoráveis e 133 contrários. A proposta ainda será submetida à votação de destaques, prevista para esta quarta-feira, às 10h.

Durante a sessão, os parlamentares rejeitaram, por insuficiência de quórum, a possibilidade de votação secreta para decidir sobre o aval às investigações. A medida não atingiu o número mínimo necessário de 308 votos. Com isso, a votação será aberta e deverá ocorrer em até 90 dias após o recebimento de solicitação do STF.

O que muda com a PEC

De acordo com o texto do relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), parlamentares só poderão ser alvo de medidas cautelares do STF após anuência do Congresso. Independentemente de estarem ou não no exercício do mandato e mesmo que o fato investigado tenha ocorrido fora da legislatura atual.

Cajado argumenta que o objetivo da proposta é “preservar o equilíbrio entre os Poderes” e “garantir que as prerrogativas parlamentares não sejam confundidas com privilégios“. “As garantias institucionais são essenciais à independência do Legislativo”, disse.

Reações no Plenário

A proposta, no entanto, recebeu fortes críticas da oposição e de parlamentares, principalmente os de centro e esquerda, que a classificaram como um retrocesso democrático e um incentivo à impunidade.

Para a líder do PSol, deputada Talíria Petrone (RJ), o texto pode blindar autores de crimes graves, como estupro e latrocínio, ao exigir autorização prévia do Congresso para qualquer processo.

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) afirmou que a PEC pode atrair o crime organizado para o Parlamento. “Durante o período em que esse modelo vigorou na Constituição de 1988, nenhuma investigação foi autorizada”, afirmou.

A deputada Duda Salabert (PDT-MG) disse que a PEC “beneficia corruptos” e foi criada para “salvar parlamentares investigados por desvios”.

Já os defensores da proposta, como os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), afirmaram que a PEC resgata “o equilíbrio entre os Poderes” e “protege parlamentares de perseguições políticas”.

O deputado General Girão (PL-RN) disse que o texto apenas reafirma o que já está previsto na Constituição, e que opiniões e votos de deputados não devem ser criminalizados.

Polêmica do voto secreto

Parlamentares do PSol, como Ivan Valente e Fernanda Melchionna, criticaram a tentativa de retorno do voto secreto, dizendo que a medida favoreceria acordos de bastidores e falta de transparência.

Por outro lado, deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sargento Gonçalves (PL-RN) alegaram que o voto secreto protegeria os parlamentares de eventuais pressões do STF, e não da sociedade.

A PEC da Blindagem ainda precisa concluir a votação dos destaques antes de seguir para o Senado Federal, onde também deverá passar por dois turnos de votação.

Como votaram os deputados do RS

Votação em 1º turno

A favor da PEC

  • Afonso Hamm (PP)
  • Alceu Moreira (MDB)
  • Any Ortiz (Cidadania)
  • Bibo Nunes (PL)
  • Danrlei De Deus Hinterholz (PSD)
  • Covatti Filho (PP)
  • Franciane Bayer (Republicanos)
  • Giovani Cherini (PL)
  • Luiz Carlos Busato (União Brasil)
  • Márcio Biolchi (MDB)
  • Marcelo Moraes (PL)
  • Mauricio Marcon (Podemos)
  • Osmar Terra (PL)
  • Pedro Westphalen (PP)
  • Ronaldo Nogueira (Republicanos)
  • Sanderson (PL)
  • Zucco (PL)

Contra a PEC

  • Afonso Motta (PDT)
  • Alexandre Lindenmeyer (PT)
  • Bohn Gass (PT)
  • Daniel Trzeciak (PSDB)
  • Daiana Santos (PCdoB)
  • Denise Pessôa (PT)
  • Fernanda Melchionna (PSOL)
  • Marcel van Hattem (Novo)
  • Lucas Redecker (PSDB)
  • Marcon (PT)
  • Maria do Rosário (PT)
  • Paulo Pimenta (PT)
  • Pompeu de Mattos (PDT)

Ausente

  • Heitor Schuch (PSB)

Votação em 2º turno

A favor da PEC

  • Afonso Hamm (PP)
  • Alceu Moreira (MDB)
  • Any Ortiz (Cidadania)
  • Bibo Nunes (PL)
  • Danrlei De Deus Hinterholz (PSD)
  • Covatti Filho (PP)
  • Franciane Bayer (Republicanos)
  • Giovani Cherini (PL)
  • Luiz Carlos Busato (União Brasil)
  • Márcio Biolchi (MDB)
  • Marcelo Moraes (PL)
  • Mauricio Marcon (Podemos)
  • Osmar Terra (PL)
  • Pedro Westphalen (PP)
  • Ronaldo Nogueira (Republicanos)
  • Sanderson (PL)
  • Zucco (PL)

Contra a PEC

  • Alexandre Lindenmeyer (PT)
  • Bohn Gass (PT)
  • Daniel Trzeciak (PSDB)
  • Daiana Santos (PCdoB)
  • Denise Pessôa (PT)
  • Fernanda Melchionna (PSOL)
  • Marcel van Hattem (Novo)
  • Lucas Redecker (PSDB)
  • Marcon (PT)
  • Maria do Rosário (PT)
  • Paulo Pimenta (PT)

Ausente

  • Heitor Schuch (PSB)
  • Afonso Motta (PDT)
  • Pompeu de Mattos (PDT)

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