A Ospa* (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) inicia o mês de setembro com um grande talento gaúcho. Na sexta-feira (5), às 20h, a soprano Gabriella Di Laccio se apresenta com a Orquestra, regida por Marcelo Jardim, no Complexo Cultural Casa da Ospa.
O concerto traz composições adaptadas de óperas e uma obra de Igor Stravinsky, destacando os instrumentos de sopro e percussão.
Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla e na bilheteria do Complexo, a partir das 15h do dia do concerto. A apresentação também terá transmissão ao vivo no canal da Ospa no Youtube.
Programa
O programa destaca os instrumentos de sopros e percussão, que ganham protagonismo em uma formação sem os naipes de cordas típicos da Orquestra. Seguem no palco tanto as madeiras (flautim, flautas, oboés, corne inglês, clarinetes, clarone e fagotes) quanto os metais (trompetes, trompas, trombones, trombone baixo e tuba). Mas também haverá tímpanos, pratos e outros representantes da percussão.
A apresentação começa com uma suíte da ópera “O Bom Soldado Schweik”, de Robert Kurka. Com libreto de Lewis Allan e baseada no livro de mesmo nome de Jaroslav Hašek, a obra é uma sátira que se passa durante a Primeira Guerra Mundial. Em seguida, vem a “Sinfonia para Instrumentos de Sopro”, de Igor Stravinsky. O autor dedicou a obra ao compositor francês Claude Debussy e estreada em 1921.
Depois do intervalo, a apresentação retorna com as “Fanfarras Litúrgicas” da ópera “Don Juan de Mañara”, de Henri Tomasi. Nesse trecho da ópera, o som dos metais ganha destaque, e a solista Gabriella Di Laccio é responsável pela interpretação vocal.
A orquestra encerra o concerto com a “Pequena Música da Ópera dos Três Vinténs”, de Kurt Weill. Inspirada em “The beggar’s opera”, composta em 1728 por John Gay, a peça completa teve seu libreto escrito por Bertolt Brecht, e foi adaptada posteriormente por Weill na suíte que será interpretada em Toque Operístico. Com críticas sociais incisivas, se passa no período da República de Weimar na Alemanha. No Brasil, as obras de Gay e de Weill e Brecht também inspiraram o álbum “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque.
Sobre a solista e o regente
Formada no Royal College of Music, a soprano gaúcha Gabriella Di Laccio vive em Londres e já se apresentou em espaços como Royal Albert Hall, St. John’s Smith Square e Megaron Opera House, interpretando títulos como “Giulio Cesare”, “La Bohème” e “Don Giovanni”, e obras de Bach, Händel, Vivaldi, Haydn e Mozart. Além da carreira na música, Gabriella também é fundadora da Donne Foundation, que promove mulheres na música globalmente, e foi nomeada MBE (Membro da Ordem do Império Britânico) em 2025.
A regência da apresentação ficará a cargo do professor e diretor artístico da Escola de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marcelo Jardim, que também é diretor musical da Orquestra de Sopros da UFRJ. Doutor em Práticas Interpretativas pela Unirio e mestre e bacharel pela UFRJ, ele também tem ampla atuação em festivais e programas de extensão em nível nacional que buscam valorizar a música de concerto brasileira.
Notas de Concerto
Antes da apresentação, o público pode aproveitar a palestra Notas de Concerto, que acontece a partir das 19h, na Sala de Recitais da Ospa. O trombonista e diretor da Escola de Música da Ospa, Rodrigo da Rocha, é o palestrante convidado. Ele comenta curiosidades das obras e traz um histórico das músicas e autores do programa, além de aspectos das carreiras do regente e da solista. A palestra pode ser acompanhada presencialmente, com o mesmo ingresso válido para a apresentação, e também terá transmissão ao vivo no canal da Ospa do YouTube.
*Fundação vinculada à Sedac (Secretaria da Cultura)
