O estrabismo, condição caracterizada pela falta de alinhamento dos olhos, é uma das principais causas de perda visual evitável na infância. Embora comum, ainda é cercado de desinformação e pode causar danos permanentes à visão se não for identificado e tratado precocemente.
Conforme o oftalmologista Galton Carvalho Vasconcelos, a detecção precoce é essencial para o desenvolvimento saudável da visão e da autoestima da criança. “O desenvolvimento visual ocorre principalmente entre o nascimento e os sete anos. Quando o estrabismo não é tratado nesse período, o cérebro suprime a imagem de um dos olhos para evitar confusão entre as duas visões, levando à ambliopia — uma perda funcional e permanente da visão”, explica.
Além dos impactos na saúde ocular, o estrabismo pode afetar o desenvolvimento emocional e social. “Crianças com estrabismo podem sofrer isolamento e bullying desde cedo. Isso interfere na autoimagem, na autoestima e até na capacidade de se relacionar. Há estudos que mostram que o problema não tratado pode afetar a empregabilidade na vida adulta, especialmente entre as mulheres, que enfrentam maior pressão estética”, destaca o médico.
Em casos diagnosticados após os sete anos, quando a visão já está totalmente desenvolvida, o estrabismo pode provocar visão dupla (diplopia) e confusão visual, prejudicando atividades como leitura, estudo, trabalho e direção.
De acordo com o especialista, o estrabismo pode indicar doenças neurológicas, hormonais ou tumores. “Como os olhos estão diretamente conectados ao cérebro, essa alteração pode ser o primeiro sinal visível de um problema mais grave”, alerta.
Identificação precoce é a chave
O sucesso no tratamento depende da identificação precoce. “Quanto antes o estrabismo é diagnosticado, maiores são as chances de alinhamento ocular e recuperação da visão tridimensional. O ideal é que o diagnóstico ocorra nos primeiros anos de vida, aproveitando a plasticidade cerebral da criança”, orienta o oftalmologista.
Entre os sinais de alerta para os pais, estão o fechamento frequente de um dos olhos, dificuldade de foco e desvio perceptível no olhar. O teste do olhinho, feito ainda na maternidade, pode indicar indícios da condição. O acompanhamento com o oftalmologista pediátrico é fundamental.
O médico lembra que o estrabismo pode ter origem multifatorial, envolvendo herança genética, erros de refração (como miopia ou hipermetropia) e inflamações oculares. “Por mais simples que pareça, qualquer sinal deve ser investigado. A boa notícia é que, quando diagnosticado e tratado a tempo, o estrabismo tem altas chances de correção completa e recuperação da visão”, conclui.
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