Um homem foi condenado por matar o avô e a companheira dele, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O júri reconheceu a culpa do réu pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, maus-tratos a animais e resistência à prisão. A sentença foi anunciada no fim da noite desta quarta-feira (6).
A pena total foi fixada em 52 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão, mais 1 ano, 5 meses e 8 dias de detenção, com início em regime fechado. A decisão é passível de recurso.
O júri foi presidido pelo juiz Márcio Luciano Rossi Barbieri Homem, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cachoeirinha. O Conselho de Sentença foi composto por seis homens e uma mulher. O Ministério Público foi representado pelo promotor Caio Isola de Aro, com apoio de três advogadas na assistência de acusação. A defesa foi conduzida por André Von Berg.
A sessão começou por volta das 9h e ouviu oito testemunhas. Em seu interrogatório, o réu negou ter cometido os assassinatos, mas admitiu participação na ocultação dos corpos. Ele afirmou que foi a mãe, também ré no processo, quem teria administrado substâncias às vítimas, que foram colocadas em um carro e depois incineradas na churrasqueira da residência onde moravam.
O acusado estava internado no IPF (Instituto Psiquiátrico Forense), mas, com a rejeição da tese de inimputabilidade, será transferido para o sistema prisional. A mãe dele, que também respondia pelo crime, faleceu em março deste ano.
O caso
O crime ocorreu em 27 de fevereiro de 2022, na Vila Carlos Antônio, em Cachoeirinha. As vítimas foram Rubem Affonso Heger, de 74 anos, e Marlene dos Passos Stafford Heger, de 77 anos. Após o desaparecimento, o casal foi dado como morto. Os corpos nunca foram encontrados.
Durante a investigação, o réu firmou acordo de colaboração premiada e indicou que os restos mortais teriam sido incinerados. A perícia feita nas cinzas da churrasqueira, no entanto, não encontrou vestígios humanos.