A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (2), a Operação Falso Patrono. O objetivo é a desarticulação de um grupo criminoso que aplicava o golpe conhecido como “falso advogado”. A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos, cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nos estados do Ceará, Santa Catarina e Minas Gerais. Até o momento, seis pessoas estão presas.
Participam da operação mais de 100 agentes de Polícia Civil dos quatro estados envolvidos. As investigações começaram em 2024, após inúmeros registros de ocorrência feitos por advogados gaúchos. Os profissionais relatavam o uso indevido de seus nomes e dados profissionais em abordagens fraudulentas a clientes.
Conforme a Polícia Civil, o golpe consistia na coleta de informações processuais públicas, como precatórios ou RPVs (requisições de pequeno valor), a partir de sistemas de tribunais. Com esses dados, os criminosos abordavam as vítimas por WhatsApp ou telefone, fingindo ser advogados ou funcionários de escritórios.
Eles apresentavam documentos falsificados com timbres oficiais. Os criminosos prometiam a liberação de valores em troca de depósitos antecipados de “custas judiciais” ou “taxas cartorárias”, geralmente via PIX para contas de laranjas. Em alguns casos, o grupo usava chamadas de vídeo e áudios com jargão jurídico para dar credibilidade à fraude.
O líder da organização, um homem de 44 anos, natural de Fortaleza (CE), era responsável pela criação dos mecanismos de fraude e pelo controle financeiro das operações. Os demais integrantes se dividiam entre tarefas de tecnologia, finanças e logística.
Investigação cruzou dados e monitorou atuação nacional
A Polícia Civil identificou 15 pessoas no Ceará, uma em Santa Catarina e outra em Minas Gerais envolvidas no esquema. As ordens judiciais foram expedidas para os principais articuladores da fraude. O inquérito utilizou ferramentas de rastreamento digital para mapear a estrutura do grupo e identificar os suspeitos.
A Polícia Civil reforça a importância de nunca realizar pagamentos antecipados sem confirmação oficial junto a advogados ou órgãos do Judiciário.