Lar GeralPolícia Civil prende grupo que usava deepfake de famosos para aplicar golpes

Polícia Civil prende grupo que usava deepfake de famosos para aplicar golpes

por Leonardo Severo
0 comentários
policia-civil-prende-grupo-que-usava-deepfake-de-famosos-para-aplicar-golpes

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (1º), a Operação Modo Selva contra uma organização criminosa responsável por estelionatos virtuais em larga escala. A quadrilha usava deepfakes — vídeos e áudios manipulados com inteligência artificial — de pessoas famosas para enganar consumidores.

A ação foi coordenada pela Dicesp (Delegacia de Investigação Cibernética Especial), ligada à DERCC (Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos), com apoio das Polícias Civis de Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Pernambuco. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão e sequestro de bens.

Quatro pessoas foram presas em Canoas, na região metropolitana, e nos municípios paulistas de Piracicaba (SP) e Hortolândia (SP). A quadrilha se passava por grandes marcas do setor de cosméticos e direcionava os consumidores para sites falsos, cobrando apenas o “frete” para produtos inexistentes.

Conforme a Polícia Civil, os pagamentos eram feitos via Pix, com uso de empresas fantasmas e contas bancárias em nome de terceiros — incluindo duas idosas de 80 e 84 anos, que tiveram seus dados usados sem conhecimento.

Rede de ostentação nas redes sociais

As investigações identificaram uma estrutura hierárquica entre os integrantes da organização, com divisão de funções: operador financeiro, responsável pelos sites, influenciadora e líder do grupo.

Pelas redes sociais, os criminosos exibiam veículos de luxo como Porsche Cayenne, BMW 430i e Range Rover Velar, além de helicópteros e viagens de avião particular.

De acordo com a delegada Isadora Galian, muitas vítimas sequer denunciavam os crimes por se tratarem de prejuízos pequenos, entre R$ 20 e R$ 100. “Eles operavam com uma espécie de imunidade estatística”, afirmou.

Falsas apostas e mentoria do crime digital

A Polícia também descobriu que os golpistas criaram uma plataforma falsa de apostas e um perfil de “mentoria digital” do crime, no qual ensinavam seguidores a aplicar os mesmos golpes. O esquema movimentou mais de R$ 20 milhões.

“O combate ao crime digital exige tecnologia e agilidade. Estamos elevando o nível das investigações para enfrentar esse novo tipo de organização criminosa”, afirmou o delegado Filipe Borges Bringhenti, diretor da DRCC.

Postagens relacionadas

Quem Somos

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

Portal Folha do Litoral @ 2025 – Todos direitos reservados.