Lar GeralRS tem mais de 10 mil casos de violência contra mulheres em 2025, mas só 1,9 mil viram denúncia

RS tem mais de 10 mil casos de violência contra mulheres em 2025, mas só 1,9 mil viram denúncia

por Agora RS
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Mais de 10 mil casos de violência contra mulheres foram registrados no Rio Grande do Sul entre janeiro e julho de 2025. Mas deste total, apenas 1.943 denúncias foram formalizadas, conforme levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. No ano passado, o cenário já havia sido grave: mais de 31 mil violações e somente 5.658 denúncias.

Os números apontam um abismo entre as ocorrências e os registros oficiais — e expõem um problema de fundo estrutural e psicológico ainda presente no cotidiano de muitas brasileiras. A maioria das vítimas segue em silêncio, muitas vezes por medo, dependência econômica ou falta de acolhimento.

Em Porto Alegre, ocorreram 1.886 registros de violações em 2025, mas apenas 332 casos se transformaram em denúncias. Em 2024, o número de casos na Capital superou 7 mil, com 1.392 registros formais.

No interior, a realidade não é diferente. Passo Fundo, por exemplo, soma 227 casos de violência contra mulheres neste ano, com 49 denúncias registradas. Em 2024, houve 986 ocorrências e apenas 160 denúncias.

Especialista alerta para impacto psicológico e necessidade de apoio

Para a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, Jucélia Sabadin, a criação de datas e campanhas específicas tem papel fundamental no enfrentamento do problema. Mas as ações precisam ser acompanhada de ações práticas e políticas públicas duradouras.

“Falamos de um assunto criminoso que ultrapassa os limites de determinada comunidade ou Estado. A conscientização ajuda a identificar condutas, mas também a apoiar e orientar mulheres sobre como e onde denunciar”, avalia a docente.

Ela reforça que a violência contra mulheres configura uma das principais formas de violação de direitos humanos, afetando diretamente a vida, a saúde e a integridade física das vítimas.

Onde denunciar

Canais como o 180 (Central de Atendimento à Mulher) e o 190 (Brigada Militar) continuam sendo essenciais. “O silêncio não protege, ele perpetua. A mulher precisa ser acolhida, não julgada. A denúncia pode ser o primeiro passo para salvar uma vida”, destaca Jucélia.

As DEAMs (Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher) realizam ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Nas unidades, é possível solicitar medidas de proteção de urgência nos casos de violência doméstica contra mulheres. Nas Salas das Margaridas são espaços destinados ao acolhimento de mulheres vítimas de violência, e funcionam nas dependências da Delegacia de Polícia do município. Confira os endereços neste link. Também é possível fazer a denúncia pela internet, através da Delegacia Online.

Suporte jurídico gratuito

Mulheres em situação de vulnerabilidade podem buscar atendimento jurídico gratuito nos núcleos da Faculdade Anhanguera. O serviço é prestado por estudantes e professores da área do Direito.

Em Porto Alegre, os atendimentos ocorrem na Avenida Cavalhada, 4890 (zona sul), às terças (19h às 20h30), quartas de manhã (8h às 10h30) e à noite (19h às 20h30). Agendamento: WhatsApp (51) 3092-5709.

Em Rio Grande, o atendimento ocorre de segunda a quinta-feira, das 13h30 às 16h, na Avenida Reinghantz, 91, sala 01 – Bloco A, bairro Navegantes. Contato: (53) 3036-9438.

Em Passo Fundo, o Núcleo de Práticas Jurídicas atende às sextas-feiras (17h às 19h) e sábados (8h30 às 10h30), com agendamento pelo telefone/WhatsApp (54) 3046-8040.

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