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Tarifaço dos Estados Unidos coloca em risco 20 mil empregos no RS

por Leonardo Severo
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Oficializada pelo presidente norte-americano Donald Trump na quarta-feira (30), a tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil atinge com força desproporcional a indústria do Rio Grande do Sul. Dados preliminares da FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do RS) indicam que 85% das mercadorias exportadas pelo setor produtivo gaúcho aos Estados Unidos estarão sujeitas à nova alíquota a partir de 6 de agosto.

Embora o anúncio inclua exceções — que excluem cerca de 45% dos produtos brasileiros —, no caso do RS, esse percentual cai para apenas 14,9%. Isso torna o Estado um dos mais vulneráveis à medida, com estimativa de retração de até R$ 1,5 bilhão no PIB local em 2025 e risco iminente de perda de até 20 mil postos de trabalho.

“A medida do governo americano deixa a indústria gaúcha entre as mais prejudicadas do país”, afirma o presidente da FIERGS, Claudio Bier. Conforme o dirigente, a entidade já articulou um comitê de crise e intensificará os diálogos com os governos estadual e federal para buscar soluções tributárias, financeiras e trabalhistas que possam atenuar os impactos. Uma reunião de emergência será realizada nesta sexta-feira (1º).

Setores em alerta

Os segmentos de celulose, papel, madeira e calçados lideram a lista de setores atingidos no Estado. A Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) estima que 8 mil empregos estão ameaçados apenas no setor calçadista. “Empresas com produção totalmente voltada à exportação para os EUA terão seus produtos inviabilizados. Estão em desvantagem até frente à China, que paga uma taxa de 30%”, alerta Haroldo Ferreira, presidente-executivo da entidade.

A indústria calçadista brasileira exportou 5,8 milhões de pares de janeiro a junho deste ano aos EUA, movimentando US$ 111,8 milhões. Com a sobretaxa de 50%, o fluxo pode ser interrompido, afetando diretamente a balança comercial e o emprego formal.

Reação cautelosa e pragmatismo

Bier descarta retaliações comerciais e reforça a necessidade de soluções internas. “O Brasil não pode alimentar uma escalada tarifária. Aumentar impostos sobre o diesel importado, por exemplo, penalizaria o consumidor brasileiro e pressionaria a inflação. Precisamos de medidas estruturais, não respostas emocionais.”

Entre as ações sugeridas estão a liberação de créditos de ICMS para empresas exportadoras, linhas emergenciais de crédito, ampliação do Reintegra e reedição de medidas como o BEm (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego), aplicado durante a pandemia.

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