A ‘Carta de Porto Alegre’, lida pela reitora da UFRGS Marcia Barbosa na noite de sábado (2 de maio) durante o encerramento do Summit em Mudanças Climáticas, realizado nos dias 2 e 3 de maio no Salão de Atos da Universidade, traz alertas e sugestões para a gestão da crise climática. Falta de gestão de riscos, articulação entre os órgãos públicos, plano de contingência, capacitação de pessoal, governança federativa e vigilância em saúde única foram alguns dos principais pontos abordados no evento.
O documento cita a reconstrução de pontes, estradas, pistas de maneira resiliente, mas pontua para a reforma e reconstrução de residências da mesma forma que eram antes de serem atingidas pelas últimas cheias.
“Grande parte da infraestrutura das cidades não foi fortalecida; ao contrário, cidades como Porto Alegre ainda apresentam redes de escoamento com lama acumulada desde o último evento. Soma-se a isso um sistema de alertas limitado a alguns municípios, com desarticulação entre os dados terrestres e hídricos”, relata a Carta.
Estruturada em três eixos, a Carta é um chamamento à ação uma vez que o tempo de observar as mudanças climáticas e dos desastres já passou. A principal abordagem está na integração do conhecimento científico com as ações necessárias para a prevenção e mitigação de futuros desastres.
Avaliação do evento
Na sua fala de encerramento, a reitora Marcia falou sobre os dois dias de intenso trabalho, muita conversa e a construção coletiva da Carta de Porto Alegre.
“O Summit em Mudanças Climáticas fez um chamamento para que possamos superar a cultura contemplativa diante dos desastres climáticos e avancemos, de maneira decisiva, rumo à ação”.
Para Flávio Kapczinski, pró-reitor de Pesquisa e um dos coordenadores gerais do evento, frisou a participação coletiva na construção da Carta, que envolveu nomes de renome nacional e internacional da área científica.
“É um grande orgulho termos sediado um evento desse porte. Se trata de uma ocasião histórica e de construção coletiva, o que mostra a coragem e o vigor da UFRGS de transmitir uma mensagem científica ampla para a sociedade”, disse ele, reforçando a necessidade de união em torno da crise climática.
Rita Alves, pesquisadora e professora vinculada ao Instituto de Geociências da UFRGS e uma das coordenadoras gerais do Summit, agradeceu a confiança da gestão no seu trabalho. “Vamos trabalhar muito para criar o nosso Centro e buscar recursos para desenvolver projetos envolvendo esforços coletivos”, finalizou ela.